Termina a semana, termina o ano e como as pessoas gostam de fazer nessas ocasiões, chegou a hora de dar um balanço nos fatos e lembrar o que de mais importante aconteceu em 2016.
Para nós gaúchos foi a reafirmação de um dos governos mais medíocres da história do Estado, o de José Ivo Sartori. Incapaz de propor alguma solução inteligente para resolver os problemas de saúde, educação e segurança em que vive o Rio Grande, optou por eleger os funcionários públicos como os grandes culpados e as fundações como vilãs.
A força policial, omissa na hora de oferecer segurança à população, foi mobilizada para agir com violência contra uma parte da população que estava apenas exercendo seu direito de protestar, sob as ordens de um Secretário de Segurança que, a cada manifestação pública, se revelou mais inadequado para o cargo.
Porto Alegre, uma cidade de tradições democráticas e de defesa de conquistas populares, deu um passo atrás em sua história, elegendo Nelson Marchezan seu prefeito.
No cenário nacional, o grande acontecimento foi o golpe de estado, urdido no Parlamento, com o apoio de uma parte do Judiciário, para afastar uma presidenta legitimamente eleita, Dilma e colocar no seu lugar um sujeito, que como disse o Luís Fernando Veríssimo, tem mais cara para o papel de mordomo, o Temer, do que para o de presidente.
Eduardo Cunha, que como Presidente da Câmara, conduziu aquele grotesco espetáculo da cassação de Dilma, foi descartado como um laranja podre e preso pela Operação Lava Jato, em Curitiba.
A Lava Jato, por sinal, não teve um ano muito tranquilo. Seu viés político, foi mais do que nunca percebido por segmentos cada vez maiores da população, em episódios como a tentativa de levar coercitivamente Lula para depor, a apresentação do power point dos procuradores confessando que não precisam de provas para agir e a foto mais reveladora do ano, com o juiz Moro e Aécio Neves trocando amabilidades às costas de Temer.
O ano será lembrado sempre nos esportes pela tragédia da Chapecoense, que perdeu seus jovens atletas num criminoso acidente aéreo na Colômbia, mas teve outros destaques como o sucesso das Olimpíadas no Rio e a queda do Inter para a série B, depois de grandes trapalhadas dos seus diretores, técnicos e jogadores.
No cenário internacional os principais acontecimentos foram a vitória do republicano Donald Trump nas eleições presidenciais dos Estados Unidos; a prometida saída do Reino Unidos do Mercado Comum Europeu; o crescimento da influência russa no Oriente Médio, com a sua vitória no conflito da Síria e o crescimento das ações terroristas em grandes cidades da Europa Ocidental.
A melhor ou pelo menos a mais dramática imagem da insegurança em que vive hoje a Europa talvez seja o assassinato do embaixador russo em Ancara, Andrei Karlov, por um segurança, num evento cultural, tudo visto ao vivo e a cores por milhões de pessoas.
Das mortes em 2016, nenhuma deve ser mais lamentada do que a do grande líder latino americano Fidel Castro. Felizmente, suas entrevistas estão disponíveis na internet para permitir que possamos continuar a absorver seus ensinamentos de revolucionário e humanista.
Muita gente importante foi notícia ao morrer em 2016 ( João Havelange, Ivo Pintaguy, Hector Babenco)mas quase sempre os mais lembrados foram os artistas, como David Bowie, Prince, Cauby Peixoto, Elke Maravilha, Domingos Montagner e praticamente no mesmo dia, Carrie Fischer, do Star War e sua mãe, Debbie Reynolds.
Os que conseguiram terminar vivos o ano, certamente nos darão notícias, boas e ruins, para comentar na próxima semana.
Esperamos estar de volta em 2017.